Deputados estaduais de Goiás querem cancelar privatização da empresa de energia do estado

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, Lissauer Vieira (PSB), e o líder do governo no Legislativo, Bruno Peixoto (MDB), apresentaram um projeto conjunto em que pedem o cancelamento da privatização da empresa de energia do estado.

Cancelar privatização

Em 2017, a CELG D foi vendida para a italiana ENEL e, desde então, seus serviços têm sido criticados pela população e até pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). De acordo com o projeto, a empresa voltaria para o controle do estado de Goiás e seria administrada, novamente, pela CELG D. Vale lembrar que a ENEL, é umas das principais interessadas na compra da Cemig caso a empresa venha ser privatizada.

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Problemas desde a privatização

Desde que foi privatizada, a ENEL não cumpriu as metas de investimento e o fornecimento de energia é cortado frequentemente pela empresa, prejudicando consumidores e levado comerciantes, agricultores e pecuaristas a perderem mercadorias. A ENEL aumentou as tarifas e o lucro, mas ocupa a última colocação no ranking de qualidade de serviços da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

“Já chega”, disse o governador de Goiás

O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), tem criticado os serviços da ENEL e defende que a privatização seja revertida. “Já chega! Esgotou toda e qualquer tipo de negociação do Estado com a Enel! Levei a situação ao presidente Jair Bolsonaro e podem ter certeza que vamos enfrentar esse problema de frente! Nós estamos aqui é para defender o Estado de Goiás!”, disse Caiado. “O desrespeito da Enel com os goianos é tão grande que cidades inteiras e várias regiões do Estado ficaram até sete dias sem energia”, completou em seu Twitter.

“Goiás não aguenta mais a irresponsabilidade da Enel! Hoje a @agrgoias multou a empresa em R$ 62 MILHÕES pela má qualidade dos serviços prestados no Estado. Só neste ano, é a 3ª multa que a Enel recebe. Somadas, as multas totalizam mais de R$ 75 MILHÕES!”, tuitou o governador.

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“Olhe o que a irresponsabilidade da Enel causa em Goiás. 46 mil aves mortas por falta de energia em Americano do Brasil. Esse é um exemplo triste do quanto essa empresa faz mal a Goiás. É por isso que estamos dando um basta na Enel!”, enfatizou Caiado em seu Twitter.

Até Twitter oficial do governo critica a ENEL

Até o Twitter oficial do governo estadual critica a empresa ENEL. “Os 7 milhões de goianos são prejudicados diariamente. Isso criou um clima insustentável para a empresa em Goiás, que não respeita o povo goiano que trabalha e produz para fazer nosso estado cada vez mais forte”.

Além disso, defende a “encampação” da ENEL, ou seja, a rescisão do contrato de privatização feito em 2017. “O Governo de Goiás aguarda o fim da tramitação da proposta da Assembleia Legislativa, que visa a encampação da empresa Enel, para se pronunciar oficialmente sobre as ações a serem tomadas. Mas desde já faz questão de ressaltar as falhas da Enel”, tuitou a conta oficial do governo de Goiás, retuitada por Caiado.

Para Zema, ENEL tem serviço melhor que a Cemig

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO), divulgou um vídeo, no dia 5 de novembro de 2019, em que conversa com um empresário e um produtor rural de Unaí que reclamam da qualidade do serviço da Cemig. Na conversa, Zema e o produtor rural concordam que, se tivesse sua propriedade em Goiás, seus problemas de energia elétrica estariam resolvidos, já que a privatização da empresa goiana de energia melhorou os serviços.

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“Se o senhor pudesse voltar atrás e analisasse: aqui em Minas ia acontecer o que aconteceu e ali em Goiás, que está a 150 quilômetros, seria tudo resolvido, onde o senhor teria investido?”, perguntou Zema ao produtor, que respondeu: “Seguramente em Goiás”. “A Cemig já foi uma ótima empresa”, diz Zema no final do vídeo.

ENEL está em último lugar em ranking

Os dados da ANEEL, entretanto, desmentem o governador. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, a ENEL ocupa o último lugar no ranking nacional de qualidade do serviço, que mede a continuidade no fornecimento de energia e a quantidade de interrupções.

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