Governança corporativa da Forluz está sendo destruída – Parte 2

A parte 1 pode ser lida aqui: Governança corporativa da Forluz está sendo destruída – Parte 1.

Demissões e trocas na diretoria da Forluz enfraqueceram a governança, mas qual o objetivo?

Aprendendo com a velha política, a Forluz tem cargos vagos com bons salários. Serão usados para negociar com os “aliados” para garantir apoio interno?

A Cemig, na prática, pretende pagar o déficit do Plano A, algo em torno de R$ 700 milhões, devolvendo parte do superávit que ela retirou do plano entre 2006 e 2008. Entretanto, uma queda da taxa de juros, em breve, pode aumentar o déficit em mais R$ 1 bilhão no Plano A. Sem contar que a Cemig planeja mexer no Plano B para se livrar de qualquer risco futuro para ele, mas nem a Forluz nem os conselheiros explicam que mudanças estão sendo planejadas e os impactos na rentabilidade dos planos. Em outras palavras, significa que querem passar a conta para os participantes.

Sem licitação

Em 2018, a Cemig contratou, com dispensa de licitação, a consultoria Towers para avaliar os planos da Forluz e propor soluções. O assunto ficou pendente até que a nova diretoria da Cemig tomou posse e resolveu, em 2019, contratar, também com dispensa de licitação, a consultoria Mercer para validar os estudos e fazer propostas.

Forluz contratou mesma consultoria da Cemig

Os novos estudos foram encaminhados (e recebidos com aplausos) pela Diretoria e Conselho Deliberativo da Forluz. Chegou-se a dizer que a Forluz contrataria a própria Mercer para executar as alterações. Mas houve resistência do então diretor de Seguridade e Gestão Thiago Gonçalves e de gerentes e técnicos da Forluz, que defenderam ser necessário o posicionamento interno e a contratação de uma terceira opinião. Seria este o motivo das demissões?

Na última reunião do Conselho Deliberativo da Forluz dia 25/11/2019, foi aprovada, com dispensa de licitação, a consultoria Towers para validar os estudos da consultoria Mercer, contratada pela Cemig.

Limpando a área para a privatização da Cemig

De tudo que está acontecendo na Cemig, fica claro que o governo de Romeu Zema (NOVO) está preparando o terreno para a privatização. A diretoria da Cemig está fazendo o trabalho de eliminar todo tipo de custo pós-emprego (quando o trabalhador se aposenta) da empresa para entregá-la sem dívidas e sem riscos para quem quiser comprá-la.

Participantes pagarão a conta

A direção da Cemig, com a concordância da diretoria da Forluz e do Conselho Deliberativo, está colocando esta conta para os participantes pagarem. São eles que vão arcar com o custo das mudanças dos planos A e, em breve, do B, como já tem sido cogitado por muitos dentro da Forluz. Os participantes não estão sendo comunicados de nada disso e nem ouvidos sobre as mudanças.

Mas onde estão os representantes eleitos pelos participantes (diretor e conselheiros) para barrarem tudo isso? Por que nada informam aos participantes?

ABCF

A ABCF está organizando os participantes e está exigindo da Forluz o acesso a todos os estudos que foram contratados. Além disso, queremos que a Forluz pague uma consultoria independente para os participantes. Neste momento crítico, a ABCF defende a união de todas as entidades representativas em defesa dos participantes.