Entidades se unem em hub para buscar soluções tecnológicas 

Com a ampliação das estratégias de fomento, quer seja pelos públicos atingidos – planos setoriais  e planos família – ou pela estrutura/modelagem de plano – Prevsonho -, as entidades estão começando a notar a necessidade de inovar em termos de atração de novos participantes e comunicação com pessoas que não estão acostumadas com o regime fechado de previdência complementar.

Para buscar soluções para essa nova dinâmica do mercado, algumas entidades começaram a se unir para a criação e funcionamento de um hub de tecnologia, o Hubble, que terá diversas startups pensando em soluções com esse viés. O Hubble já conta com participação da Desban, Valia e Previnorte.

Busca por inovação

A iniciativa começou a partir de discussões dentro da Comissão Técnica Nacional de Tecnologia da Informação da Abrapp, que hoje se desmembrou em comissões regionais.

“Quando assumi a gestão da CTN de TI, vimos que o sistema precisava mudar. Estávamos com um bom produto na mão, novos planos previdenciários sendo criados, mas a forma que os fundos de pensão operam até hoje não seria adequada para dar crescimento a esses novos produtos. Após algumas conversas e encontros, no Congresso da Abrapp do ano passado isso se materializou”, diz o diretor superintendente da Desban e diretor da Abrapp responsável pela área de Tecnologia e Inovação, Roberto Emílio de Senna.

Posteriormente, ele teve contato com uma gestora de hubs, a LM Ventures, que hoje suporta o Hubble, espaço localizado em Belo Horizonte (MG) no qual as startups trabalham nas soluções que as EFPCs estão demandando.

Colaboração entre entidades

Roberto Senna explica que quando o projeto começou a nascer, ele procurou 25 entidades para aderir e otimizar seus processos tecnológicos com diluição de custos. “Todos os dirigentes com quem conversei não têm dúvida sobre a necessidade de inovar, mas neste momento é difícil trazer inovação para as atividades. Valia, Previnorte e Desban resolveram ser as precursoras desse movimento e vamos identificar os principais desafios que o sistema deve enfrentar e selecionar startups que possam nos ajudar a vencê-los”, complementa.

As entidades devem se reunir periodicamente em Belo Horizonte. Senna ressalta que o Hubble não é 100% de previdência complementar. “Por não ser um passo tão barato para as entidades, uma alternativa foi pegar carona em um hub de finanças que estava sendo lançado para bancos”, diz, complementando que as soluções em comum envolvem gestão financeira, plataformas de investimento, captação de novos entrantes, reconhecimento biométrico etc. Até o momento, o único banco que está participando do hub é o BDMG, patrocinador da Desban.

Otimização de processos e custos

Vanessa Franco, especialista em Governança de TI da Valia explica que a entidade já começou a se engajar na questão da transformação digital no final de 2017. “Desde então, implantamos nosso aplicativo e nosso robô chatbot. Neste ano, estamos com um plano bastante robusto e estruturado de transformação digital que tem cinco principais frentes, sendo uma delas a conexão, que é aproveitar soluções que atendam ao nosso segmento e nos ajudem a otimizar tempo e custo”, explica Vanessa. “Percebemos que cada fundação utiliza o mesmo dinheiro para um resultado que poderíamos implementar em conjunto no nosso segmento. Entrar no hub de startups é um passo para isso”, acrescenta.

A Previnorte também está preparando o lançamento de um plano para familiares dos participantes e acredita que o mercado passa por mudanças que precisam de inovação. “Quando a ideia do hub apareceu, vimos a possibilidade de fazer a ligação entre essa necessidade de mudança com uma alternativa de viabilizá-la de forma inovadora”, diz  Roberto Jorge Pereira da Silva, gerente executivo de tecnologia da informação da Previnorte. Ele explica que a entidade já trabalhava na criação de um aplicativo e se deparou com dificuldades. “As startups podem vir a agregar valor, facilitando novos caminhos da tecnologia”.

Roberto Senna ressalta que a Desban deve lançar neste ano dois novos planos, um plano família e um setorial que devem atrair cerca de 12 mil e 45 mil participantes novos, respectivamente. “Hoje temos 800 participantes. Entendo que a Desban tem que se transformar em uma entidade 100% digital, uma PrevTech, pois temos 30 funcionários para gerir 800 participantes e queremos crescer sem aumentar na mesma proporção os colaboradores. Os processos têm quer ser digitais e vamos tentar agregar todas as plataformas disponíveis para isso”.

Próximos passos

Senna explica que a ideia é futuramente expandir esse compartilhamento com as outras entidades, envolvendo a Abrapp por meio da empresa Conecta Soluções Associativas. “Vamos testar as ferramentas desenvolvidas no Hubble dentro dos nossos processos e, quando elas estiverem alinhadas e funcionando, vamos procurar a Conecta para fazer a oferta para o sistema como um todo”.

Fonte: Abrapp/AssPreviSite