Crescimento do mercado de capitais pode gerar 1,7 milhão de empregos até 2022

O crescimento do mercado de capitais pode estimular o desenvolvimento socioeconômico do Brasil, gerando 1,7 milhão de empregos adicionais ao país até 2022, volume equivalente a cerca de quatro vezes o número de vagas com carteira assinada criadas entre janeiro e julho deste ano, segundo os resultados de estudo que a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a B3.

O estudo mensura os impactos do fortalecimento do mercado de capitais sobre um conjunto de indicadores socioeconômicos. Com a adoção de medidas de incentivo, o mercado de capitais poderá atingir crescimento médio de 12,2% em cinco anos. O ganho para a renda per capita seria de R$ 4 mil adicionais: chegaria a R$ 38,8 mil em cinco anos, ou 21,1% maior do que os R$ 34,6 mil caso não haja expansão mais rápida do mercado de capitais. O volume total de investimentos no país seria 21% superior (alta de R$ 294 bilhões), e os aportes nos setores de eletricidade, saneamento, telecomunicações e transporte seriam 18,2% maiores (R$ 89 bilhões adicionais), caso o país consiga avançar na agenda de desenvolvimento do mercado.

Outro indicador medido pelo estudo é a arrecadação de impostos, que teria um incremento de 12,1%, o equivalente a R$ 1 trilhão acumulado nos próximos cinco anos. O valor é praticamente a metade da arrecadação registrada em 2017, que foi de R$ 2,1 trilhões. Para que esses avanços sejam concretizados, o estudo prevê a necessidade de medidas de caráter micro e macroeconômicas. As propostas elaboradas pela Anbima e B3 apontam a necessidade de ajustes regulatórios e legais, além de iniciativas para simplificação e harmonização de regras.

Iniciativas

A agenda construída por Anbima e B3 a partir dos resultados do estudo tem foco em cinco grandes objetivos: fomentar o financiamento de longo prazo, aumentar o volume de emissões, expandir a base de investidores, estimular a liquidez e contribuir à formação de poupança. Para o fomento de longo prazo, as iniciativas têm base no aumento da segurança jurídica e no fortalecimento das agências reguladoras. A proposta também prevê a consolidação do BNDES como intermediário e parceiro do mercado de capitais e não mais como o principal provedor de recursos aos projetos privados.

Quanto ao aumento do volume de emissões e da quantidade de emissores, a agenda indica a necessidade de promover melhorias nos processos de ofertas. Uma das frentes é a busca por redução dos custos das operações e a outra é o aprimoramento e a agilidade no processo de colocação dos papéis no mercado.

Também ganha destaque na agenda a necessidade de diversificação da base de investidores, com simplificação e harmonização de regras para atrair o investidor estrangeiro e facilitar a participação dos institucionais. Para aumentar a liquidez do mercado, as propostas envolvem o fomento da transparência, com a disponibilização de mais e melhores informações aos agentes; o estímulo ao mercado secundário de dívida corporativa; e a ampliação da competitividade do Brasil no cenário global.

Fonte: Investidor Online